domingo, 30 de outubro de 2011

EU VENCI A DEPRESSÃO




by Robério Matos


Destarte, algumas estatísticas:

a)      No Brasil há cerca de 17 milhões de depressivos;
b)      No mundo, cerca de 740 milhões ou > < 10% da população mundial;
c)       A população brasileira é a terceira mais depressiva do mundo!
d)      Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a depressão é apontada como a quinta maior questão
de saúde pública e, até 2020, deverá estar em segundo lugar!

Pequena bibliografia que recomendo aos interessados em conhecer melhor o assunto:

a)      Demônio do meio-dia, 2002 – (Autor: Andrew Solomon);
b)      De cunho espírita kardecista cristão, mas interessante para os adeptos de quaisquer religiões: A Cura da Depressão pelo Magnetismo (2009, terceira edição. Autor: Jacob Melo; Editora: Vida & Saber – estou lendo esse);

É verdade que sempre fui melancólico (deve ser de origem genética ou perispiritual) e um tanto perfeccionista, estressado (o Banco do Brasil, onde trabalhei por 25 anos, 19 dos quais exercendo cargos administrativos, certamente também contribuiu para isso), arredio e tímido. Algo estava permanentemente a me faltar...

Mas esses “suaves” sintomas que mencionei acima de longe se comparam à depressão maior, “VERDADEIRA”, avassaladora e cruel que vivenciei de meados de maio/2011 até aproximadamente os primeiros 10 dias deste atual mês de outubro, quando, saindo de minha casa, em Natal-RN, por força do divórcio (28/04/2011), fui morar sozinho em uma miserável quitinete em Fortaleza-CE, quase no centro da cidade e em uma avenida extremamente barulhenta, movimentada, fedorenta, suja (nós, cearenses, além de mal-educados, somos sebosos, porquanto atiramos lixo nas calçadas e demais vias públicas).

O “apertamento”, de aproximadamente 35m2 de área construída, constituía basicamente de dois cômodos, sendo uma sala e um quarto, além de um banheiro que, de tão pequeno e estreito, era preciso, durante o banho, ter todo o cuidado para o sabonete não escorregar e cair, se não já viu o sufoco para pegá-lo de volta, além de uma minúscula cozinha (põe minúscula nisso...). Além de tudo, só havia uma porta de entrada, que dava para um corredor onde semelhantes portas existiam nos demais 7 AP do primeiro andar, onde ficava o meu (havia mais 8 AP iguais no segundo andar) e uma pequena janela que dava para a mencionada avenida fedida e barulhenta. 

Por ser no primeiro andar do “prediozinho”, eu tinha o privilégio de assustar-me não raro com os sacos plásticos de lixo (contendo além de materiais orgânicos podres, absorventes íntimos e papel higiênico – usado, diga-se de passagem), cujos vultos passavam sobre minha cabeça, que os inquilinos do segundo andar atiravam de suas janelas, descaradamente, sobre a calçada, coincidindo, em várias oportunidades, de no exato instante em que eu estava a fumar debruçado em minha janela.

Paradoxalmente, às tardes dos domingos eu sentia a redução das sirenes ensurdecedoras das ambulâncias que iam e vinham umas quase seguidas “atrás das outras”, tão intensa era a sua movimentação haja vista existir um grande hospital público e regional nas imediações do meu prédio.

Também notava um índice bem menor de abalroamentos de veículos; das bruscas frenagens; dos frequentes “buzinaços” (eles buzinam até para o sinal, semáforo “abrir”); do também intenso barulho do tráfego de ônibus de linhas urbanas (coletivos) e intermunicipais, além de caminhões pesados (carretas), motocicletas, etc.

Deixei literalmente de alimentar-me como as pessoas normais o fazem, pois, via de regra, eu só tomava guaraná em pó “do amazonas”, caldo de cana, sucos e, muito raramente um caldo de peixe ou de carne de gado. Nisso, emagreci quase 10 kg nesses 5 meses de acometido da mais terrível das doenças que já vivenciei – A DEPRESSÃO.

Alguns conhecidos chegavam a perguntar se eu estava adaptando o meu corpo para ser modelo e que eu já devia estar anoréxico.

Comia e dormia pouco, mas, em compensação, chorava muito, foi quando, no início deste mês de outubro, minha ex-esposa, sabendo da minha penúria, convidou-me a morar novamente em Natal-RN (onde me encontro há uns 20 dias), desde que não fosse na casa dela e de minhas duas filhas adultas, obviamente. 

Aceitei de pronto! Nota: durante todo o voo de Fortaleza a Natal eu chorava tanto (talvez de alegria / esperança), que causava espanto e apreensão entre os tripulantes e demais passageiros.

Aqui estou eu novamente. Curado (creio muito nisso). Com o meu peso normal e feliz. Comprei um AP decente, no oitavo andar de um edifício de 22 andares; área de lazer com bela e grande piscina, além de playground e o mais. Muito bem localizado, lado da sombra, onde de tanto ventar chega a fazer frio. São dois quartos, sendo um com suíte; uma excelente varanda; gás “de cozinha” embutido, Canais de TV pagos e água potável tudo incluso no valor do condomínio. Um verdadeiro Jardim do Éden, comparado ao pardieiro onde morava em Fortaleza.

Estou fazendo psicoterapia, terapia holística, caminhadas, leitura e até aos poucos voltando a postar aqui no Face. Também voltei a frequentar Centros Espíritas, minha religião (Espírita Cristão Kardecista).

É isso. Obrigado meu Deus e parabéns, Robério!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

OS SONS DO UNIVERSO





imagem Google









by Robério Matos


Condicionados estamos nós
A conectar nosso sentido auditivo
Ao estridente e nocivo barulho
Do meio onde vivemos.

Mister se faz dominarmos
Os macaquinhos de nossa mente
Que insistem em pular
De um lado para o outro
Tirando-nos a paz de espírito.

Se pudéssemos mensurar
O volume dos decibéis resultantes
De esse nosso pensar desarrazoado
De certo ficaríamos estarrecidos
Com todo o seu insano rumor.

É preciso, pois, “silenciarmos a mente
E ouvirmos apenas os sons do universo”.

sábado, 22 de outubro de 2011

MOMENTO NIRVANA





imagem Google









by Robério Matos


Despojado das paixões
Das sansaras, do frenesi

Transparente e lívido
Sem couraças ou rompantes

Deixo-me fluir
Levitando sobre a massa...,
Transcendendo o finito.