DEITA COMIGO AMOR
Se pudesse
nunca dormiria
é nesse
momento que
mais sinto a
tua falta
é torturante
ter que ir para
a cama
sozinho.
Não ter as
tuas pernas nuas
onde possa
enroscar as minhas
a tua cabeça
para desalinhar
teus cabelos
e o rosto para
nele tocar e
fazer carinho.
Tuas faces
para afagar com
as mãos em
conchas
teus lábios
onde possa circundar
meus dedos,
antes de beijá-los
sôfrega e
demoradamente.
Se pudesse
nunca dormiria
para
admirar-te mais um pouco
e sentir a
tua presença na vigília
não apenas
em sonhos efêmeros
onde não
raro deixo de te ver
e te perco
de mim.
Chamo-te e
não me escutas.
No sono
pareces não ser minha
e te sinto
distante de mim.
Tuas mãos se
desenlaçam
e escorregam
das minhas
e teus
lábios não dizem meu nome
teu corpo se
desgruda do meu.
Às vezes
paramos de fazer amor.
Mesmo
permanecendo dentro de ti
parece nada
mais da paixão existir.
Amor, você
escutou o que eu disse?
Não. Ela não
está aqui...
(Robério Matos)