sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

QUE NUNCA TE FALTEM MOTIVOS PARA SORRIR


















QUE NUNCA TE FALTEM MOTIVOS PARA SORRIR


"Que nunca te faltem os motivos do sorriso;
que nunca te faltem palavras para versar;
nunca se escondam as estrelas do teu caminho;
e nunca te falte uma direção para olhar."


(autoria de uma amiga)


AMO VOCÊ, MAS ME DESPEDAÇO



















AMO VOCÊ, MAS ME DESPEDAÇO


Isso não mais importa
estamos em mundos distantes
você não voltou a bater à porta
e nada é como fora antes.

É um querer contraditório
que me faz pensar coisas loucas
a despir-me de todas as roupas
mesmo longe do meu dormitório.

Amo você, mas isso me sufoca
sua “bagagem” é demasiada
você não é só por mim amada
e não me pode ser toda em troca.

Somos iguais e muito diferentes
iguais, quando amas a muita gente
diferentes, por me faltar amor suficiente
desiguais e iguais para nossas mentes

que dividem os antes parcos espaços
sombras que não nos deixam a sós
mãos que permitimos desatarem os laços
da intimidade e de todos os nós.

Amo você, mas para tal me despedaço!


(Robério Matos)




quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

UM JEITO ESQUISITO DE SER




















UM JEITO ESQUISITO DE SER


Escreve com a mão esquerda
come com a direita
e deita de lado
(alternadamente).

Não é destro ou canhoto
É...
Vesgo, treloso, bicho de sete cabeças
Gosta de doces; de gostos estranhos
de alcaparras; de gengibre.
Não é gente e não tem quem aguente
seu jeito estapafúrdio de ser.

É assim e sempre será...
Um jeito estranho de ser.

É amado; triste, sorridente,
bonito, feio, doce amargo.

Assim sempre gostou de ser
diferente... Pouco amado para
tanto amor que tem para dar.

Imagina se escrevesse com a mão
direita e comesse com a esquerda.

Seria o mais errado de todos os estranhos
e o mais amado de todos os errados.

Ele é assim e não tá nem aí.
Mas o pior de tudo é que ama
e logo a mim...

Sou de direita, de esquerda, de frente,
de costas e o amo também...


(Robério Matos)


DANÇA COMIGO






















DANÇA COMIGO


E deslizaremos até o centro do salão
teus braços a envolverem meu pescoço
os meus a suavemente tocarem tua cintura
tuas mãos a se perderem sob meus cabelos
a levarem meu rosto ao encontro do teu
e as minhas a comprimirem teu busto
de encontro ao meu peito, ora ofegante.

Nossos olhos, cúmplices, se buscam e refletem
a intensidade de nossa frenética e louca paixão
nossos corpos, ora colados e hesitantes,
se friccionam ávidos de desejo irrefletido.
Te sinto. Me sentes e roçamos nossos lábios
Pari passu, nossas línguas trocam carícias
e ali mesmo nos beijamos loucamente
e saímos da pista de dança para darmos
vazão a nossa inusitada e incontrolável tesura.



(Robério Matos)


ABDIQUEI DO TEU AMOR


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

ANALFABETO


















ANALFABETO


Se eu soubesse ler
leria tantas besteiras.

Pior seria se eu
soubesse escrever...



(Robério Matos)


DEITA COMIGO AMOR

















DEITA COMIGO AMOR


Se pudesse nunca dormiria
é nesse momento que
mais sinto a tua falta
é torturante ter que ir para
a cama sozinho.

Não ter as tuas pernas nuas
onde possa enroscar as minhas
a tua cabeça para desalinhar
teus cabelos e o rosto para
nele tocar e fazer carinho.

Tuas faces para afagar com
as mãos em conchas
teus lábios onde possa circundar
meus dedos, antes de beijá-los
sôfrega e demoradamente.

Se pudesse nunca dormiria
para admirar-te mais um pouco
e sentir a tua presença na vigília
não apenas em sonhos efêmeros
onde não raro deixo de te ver
e te perco de mim.

Chamo-te e não me escutas.
No sono pareces não ser minha
e te sinto distante de mim.
Tuas mãos se desenlaçam
e escorregam das minhas
e teus lábios não dizem meu nome
teu corpo se desgruda do meu.


Às vezes paramos de fazer amor.
Mesmo permanecendo dentro de ti
parece nada mais da paixão existir.

Amor, você escutou o que eu disse?
Não. Ela não está aqui...


(Robério Matos)


domingo, 26 de janeiro de 2014

AS HISTÓRIAS DE UM VIAJANTE


















AS HISTÓRIAS DE UM VIAJANTE


Eu viajava, vagava
pelo mundo afora
sem saber se era hora
de parar ou mais vagar

À noite sonhava com o dia
a tarde vinha a agonia
sem saber o que fazia
se seguia ou só dormia

Queria ser um viajante
inda que nunca encontrasse
e nos braços acalentasse
minha noiva ou só uma amante

Até que cedo a história findou
não foram muitas como queria
Mas apenas uma breve fantasia
de um viajante que nunca viajou.


(Robério Matos)


A ROSA QUE FALTOU





















A ROSA QUE FALTOU


Se um dia, ao abrir a janela do quarto,
notar que não há uma rosa no meu jardim
ainda assim irei até lá
para catar as ervas-daninhas
podar os galhos mortos
afastar os insetos parasitas
então direi: você não morreu
apenas não nasceu ainda...

E regarei tuas raízes e farei uma prece
volta minha flor querida...



(Robério Matos)


A NOITE E O DIA
















A NOITE E O DIA


E o dia encontrou a noite
cansada pálida, sem cor
sem brilho quase nada restava
do seu outrora esfuziante
fulgor. Não era clara ou escura.

Era...

Uma sombra tênue flácida
avessa às travessuras do dia
que já fora amigo seu e que
a acalentava e positivamente
falava coisas boas e salutares.

Não foi esse dia que uma vez
conheci e amei e sentia prazer
em vê-lo todas as manhãs.

Não foi essa a noite que me fazia
cantar, sonhar, enternecer e dormir
no seu colo e à distância da luz
que me ofuscava e mostrava outro dia.

Aquela noite não mais existia
nos meus dias de calor abrasador.
Fora-se! E com ela toda a brisa
que eu, o dia, conhecera.
Senti deveras sua falta
e quis com ela partir e não mais voltar
para perto do sol e para não
mais enfrentar a mim. Noutro dia...



(Robério Matos)