A DAMA DO INEXISTIR (*)
(O homem está sempre disposto a negar
tudo aquilo que não compreende –PASCAL)
by Robério Matos
Minha desagradável hóspede
por longos e tenebrosos dias,
malgrado meu tênue impulso
de afastá-la de minha companhia.
A Dama do Inexistir apossou-se
do meu querer; da alma; do corpo
sugou o ar dos meus pulmões;
matou m’alma ; tomou conta de mim.
Encobriu o meu sol e tornou meus
dias sombrios, opacos e sem luz,
deixando-me à mercê das trevas.
Fosse manhã ou tarde, tudo era noite.
“Matou” a minha sede e “saciou”
minha fome, pois para si só
exigia o ato de alimentar-me,
substituído pelo seu inusitado lenitivo.
A Dama do Inexistir induziu-me a crer
que não mais existia; era só imaginação
que me deixasse conduzir em seu colo;
nas correntezas do seu caudaloso rio.
Tornou-me inerte, prostrado; sem vida
e em suas brevíssimas tréguas
quando saía de mim, dizia, compadecida:
volto mais tarde, não te entristeças...
Em um de seus curtos afastar-se
lembrei que ainda possuía uma centelha
divina nas profundezas do meu íntimo.
E a Deus curvei-me em efusiva prece.
Então passei novamente a “existir”.
Paulatinamente, mas com perseverança.
Esperei por longos dias, agora todos
com a luz do sol e “ela” não mais voltou...
(*) Esse título (e só ele), tirei do livro A CURA DA DEPRESSÃO PELO MAGNETISMO,
(que me auxiliou sobremaneira na cura de minha primeira batalha contra a depressão), é
de autoria de Jacob Melo, compositor, cantor, palestrante de nível internacional, Engenheiro
Civil e pós-graduado em Psicanálise Clínica, Didata e de Supervisão, além de pesquisador
e autor de inúmeras outras obras.
Jacob, tenho a honra em dizê-lo, é meu amigo e companheiro no Centro Espírita LEAN
(Lar Espírita Alvorada Nova), aqui em Natal-RN, com quem encontro-me ao menos uma vez por mês.