sexta-feira, 31 de agosto de 2012

INTENSA PAIXÃO






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Intensa Paixão

A intensa tesura não arrefecida
dói e se assemelha a jorros d’água
abundantes que esqueceram
o caminho do ralo para escoar...



(Robério Matos)


TESTAMENTO



















TESTAMENTO

M.Henri,

A NINGUÉM fora concedido ousar-se conhecer
onde estará em um segundo seguinte de sua
atual existência...

Neste, então, urge-me lavrar meu testamento:
TE AMAREI POR TODA A ETERNIDADE, minha querida!


(Robério Matos)


terça-feira, 28 de agosto de 2012

PLENO AMOR















Marta,


Se pudesse eu seria todo AMOR.
Te me daria para ti 
e te receberia para mim. 

Então não mais existiria Eu nem Você, pois seríamos tão-somente o PLENO AMOR.


(Robério Matos)


ESCUTA O TEU CORAÇÃO






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Escuta o teu coração

ele quer te falar

concentra-te na sua voz

não deixes outras atrapalhar...


(Robério Matos)



sábado, 25 de agosto de 2012

POUCO IMPORTA...





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POUCO IMPORTA...

Não me preocupo com a algazarra
dos eruditos ou com o silêncio dos idiotas...
Eles não me incomodam mais...
Pouco me importa as importâncias;
as desimportâncias também...
Mais em uns, menos em outros...
E dai?
Pouco importa...


(Robério Matos)


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

MISTURAS...






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MISTURAS...

“Você às vezes considera
saudade, sofrimento, dor?
Falta, soluço, desamor,
declive, fim, sombra severa?

Que às vezes a saudade é fera
e seu hálito mau odor?
N’outras, que a saudade é flor
que só nos charcos prolifera?

É vida que não passa, mera
desilusão, puro estertor?
Estéril lavra onde prospera
nem sentimento, nem amor?

Você às vezes considera
que a vida passa pela dor?
Que, mesmo após o desamor,
o amor fará menos severa

a feia face desta fera que
chamamos vida? (que odor
exala o charco, se a flor
mesmo nos charcos prolifera?).

Às vezes a saudade é mera
desilusão, cujo rumor enfim
diz-nos que o que prospera
é sentimento – sendo amor?

Você também considera
a vida e seu Semeador?
Você às vezes pondera
o ser e o ter a mesma cor?

Se considera, e se não for
para seus olhos só quimera
mudar a dor que desespera,
isto é a Vida. E o mais, humor.

E o mais é tudo que não era:
tecido que se regenera,
encontro, desencontro, espera
arfar, achar, amar... Amor.”


___________Robério Matos


sábado, 18 de agosto de 2012

DE CASO COM A INSÔNIA







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De caso com a insônia,
levantar-se da cama
pé ante pé, a quase
deslizar, só para
não te acordar.

À escrivaninha
pedir companhia e dizer
socorre-me senão morro
enquanto o seu corpo
não ver, tocar, desenhar...

E estando só, digita:
amor eu sinto você aqui,
presente, infinita
não sai da cama
que já volto a te amar!

[que loucura é essa
M. Henri?]


(Robério Matos)

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

SINAPSES










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Sinapses


(ao estilo do incomparável Augusto dos Anjos)


Estou cheio dessas interrogações
Das coisas dúbias que transitam nas escadarias
Do sobe-e-desce dos pensamentos;
Da dança tresloucada das sinapses
Que pululam em minha órbita neuronal;
Dos vultos malvestidos que desfilam
Nas passarelas do meu caminho.

Cuspo-as com volúpia e sofreguidão
Porém elas não se afastam de mim
Tal como se me pertencessem por herança;
Por maldita concupiscência controvertida.

Dos abutres, das aves de rapina
Que, querendo se locupletar de minha carniça,
Para o meu monturo adicionam o lixo
Os dejetos mal fedidos de minha sina.

Devoro-as todas com asco nauseabundo
Na esperança de poder um dia regurgitá-las
Nos confins do purgatório de minha
Desprezível e malcheirosa vida.



(Robério Matos)


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

NOVAMENTE AMAR







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Novamente Amar


Não se deve novamente por a mão sobre a
chama do fogo sabendo que vai se queimar;
outra vez provar de um cálice amargo tal o fel;
descer ao inferno, tendo logo acima o azul do céu
ou ainda sucumbir a efeitos soníferos quando urge
manter-se na vigília para logo mais viajar.

Insistir no amor, todavia, é uma batalha diuturna
a qual somente pujantes e bravos soldados se engajam,
crédulos, apesar das noites frias, taciturnas,
que a vitória se avizinha e o alvorecer cedo irá raiar.

Então amor, sossega e pode fechar a porta do teu
coração pois nele acabo de entrar...


(Robério Matos)


domingo, 12 de agosto de 2012

PAI (in memoriam)







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PAI (in memoriam)


 by Robério Matos

 

Pai, perdoa-me por molestar a tua paz.

Por permitir-me quebrantar a serenidade

que tu não experienciaste
enquanto o teu espírito emprestava um corpo
impuro e vulnerável como o meu.

Não te estorvaria pai, se dantes não houveste
imiscuído em meus nebulosos sonhos,
insistindo em murmúrios que transcendem
a minha vil percepção.

Ah!  Pai...

Frustra-me contentar-me em solilóquios
ou no apelo a imaginações que remontam
a vagas e sombrias reminiscências...
Custa-me perscrutar o passado
e identificar apenas parcos momentos
de júbilo em nossas relações.

Propicia-me, pai, então, um refrigério
para o meu tormento; reflui do teu deleite
e abranda a minh’alma que, agora,
não pode ascender-te.


















sábado, 11 de agosto de 2012

NÃO FAÇA DA BRISA UMA TEMPESTADE







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Não Faça da Brisa
uma Tempestade



Flutua... Flutua, mais e mais
tal qual o papagaio colorido
livre e solto à mercê do vento.

Voa o mais alto que puderes!
Até poderes ver como somos
pequenos e indefesos aqui em baixo.

Deixa-te fluir na carona da brisa
e volve-te à vontade e com leveza
no tapete mágico que te ampara.

Desfrutas mais um pouco
desse espaço que é só teu
e que escolheste por companhia.

Receias que a brisa se canse?
Isso só se “tua” tempestade influenciá-la
Pois apenas a ti ela escuta e obedece.



(Robério Matos)


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Maior que a Própria Vida (VÍDEO)




Maior que a Própria Vida, é uma canção de gênero equivalente ao Blues. Sua letra é de minha autoria, interpretada pelo ótimo cantor das noites potiguares (Natal-RN), meu amigo Marcondes Brasil.
Ela é a 4ª faixa do seu album Tirada Sem Rumo.

Quanto ao vídeo, peço desculpas aos amigos por sua pobreza e simplicidade, pois é um trabalho amador e "caseiro" e se trata do primeiro vídeo que fiz e com muito sufoco!

Muito obrigado!



Robério Matos.


A CADEIA






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A Cadeia


Inspiro emoções
Que processam pensamentos
Que elaboram palavras
Que metabolizam reações
Que desencadeiam sentimentos
Que geram atitudes
Que modulam comportamentos
Que podem azeitar indulgências
Ou engessar ressentimentos.

Inspiro amenidades
Para resignar-me com a Vida.
Expiro impropérios
Para amaldiçoar a Morte.


(Robério Matos)


terça-feira, 7 de agosto de 2012

ONDE ESTÁ VOCÊ?








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Onde Está Você?


Onde estará teu coração
que, silente, não escuta o meu.
Tua boca emudeceu
e não mais procura a minha;
teus braços não se distendem
para envolver-me no teu colo
e tua mão não retribui
o meu órfão aceno,
que, pálido, desvaneceu
e nunca mais outra direção apontou.

Que diz o teu olhar que não me vê?
Que o meu deixou à deriva,
devaneando perdido, a esmo.

Por que teus lábios não mais
pronunciam meu nome?
Que não-cérberos,
deixaram de grasnar a meu derredor,
tal os uivos dos ventos das encostas.
Gélidos!

Onde está você, amor?
(além de aqui dentro de mim)



(Robério Matos)


sábado, 4 de agosto de 2012

ALGUÉM PARA AMAR








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Alguém para Amar


Não há razão no medo
quando se tem certeza
de que hoje não é outro dia
e é possível ver o calendário
na parede e dele a página virar.
Quando se nota o ponteiro
de o relógio mover
ou o coração no peito palpitar,
sem pra isso pedir preciso for
ou o braço estender para tocar.

Não há razão no medo
quando se tem ao lado alguém
que muito se gosta, querido
para nos ombros poder apoiar;
do olhar captar um sim conivente
ou um terno não compreendido.
Para nas suas encostar as faces,
de o peito fazer travesseiro
e no beijo abafar as tristezas.

De quem se possa sem receio
colher energias quando as suas
começarem a minguar.

Alguém que se possa amar.



(Robério Matos)


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O TÚNEL








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O Túnel

        
Há um túnel.
Extenso!
Profundo!
De paredes coloridas.
Que atravessa rochas
E perfura o mundo.

Gira, transfigura-se,
Alternando suas cores,
Seus pigmentos
Cintilantes e multicoloridos.
Que hipnotiza
E a ele nos gruda.

Ora nos faz deslizar
E cair em suas trilhas.
Também nos prende
Em suas teias.
Outras vezes nos imobiliza
Apenas com o seu esplendor.

Não se avista um fundo.
Há, todavia,
Um caminho para ele
Que poucos
Têm coragem
De percorrer...
Mas que muitos
Gostariam de fazê-lo.

Há um túnel.
Esperando por nós...



(Robério Matos)


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

SE...






















Se...


Se eu tivesse guelras viveria te inspirando,
de baixo d’água.

Se fossem asas, sobre ti faria meu ninho
e nos acasalaríamos e nunca mais
fornicaria com uma sirigaita qualquer.

Se fosse um boto amazônico então...
Ah não iria prestar...


(Robério Matos)