quarta-feira, 14 de setembro de 2011

AMO-TE















by Robério Matos




Amo o pequeno amor das entrelinhas
Da força contida sutilmente entre os versos
No meio de uma frase solta, perdida
Mas que se encontra no âmbito do furor
Do ímpeto, do frenesi que me impinges
Quando me afagas com as garras da paixão
E me torturas com tua ânsia de querer
De querer cada vez mais só por querer amar.

Amo-te apenas por querer-te sempre mais
Muito além do que poderíamos amar.
Bem mais que o amor nos possa oferecer
Bem menos que ele teria para nos dar.
Bem mais... Mais que nós teríamos para amar.

Amo-te bem mais que isso...
Muito menos que o amor que há entre nós
Muito mais do que nos falta amar...
Amo-te menos que o amor que nos falta
E mais que o tempo que nos resta para amar.
Amo-te, amor, bem mais que isso...

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

NEM NOITE NEM DIA





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by Robério Matos



Eu estava confabulando
Na Praia de Iracema,
Há poucas horas, quando
Ocorreu-me escrever
Estes versos, alumiado
Pelas ondas, pelo mar:

“Eu não preciso dos dias
Quanto das noites
Naqueles, eu apenas espero
Nessas, aguardo outro dia...
Onde, não haja outras noites.
Se ainda assim houver
Que não seja outro dia
Que seja apenas uma noite
Uma noite sem dia...
Ou um dia sem noite.

Tanto faz...
Desde que não seja noite
Nem dia...”

domingo, 4 de setembro de 2011

CASAMENTO





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Chegamos e dissemos



by Robério Matos



Tudo bem. Estamos casados.
O padre. O cartório. Tudo certo!
O amor?
Fica pra depois, amor.
O mais importante já foi feito.
Agora...
Agora é só desfrutarmos disso:
Do amor. Aliás, do casamento.

Eu te amo.
O resto...
Fica pra depois, amor...

sábado, 3 de setembro de 2011

QUERO SONHAR OS SONHOS TEUS





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QUERO SONHAR OS SONHOS TEUS
(isso é real)



by Robério Matos



Não quero mais sonhar meus sonhos
Lúgubres, aterradores e que maltratam
Meu alvorecer – quando há...

Quero dormir os sonhos teus
Senti-los a cada fantasia
Que os meus não podem alcançar.

Quero sonhar um entardecer
Precedido de um amanhecer existível
Que vislumbre um porvir
Bem perto do possível, real.

Não quero mais ouvir os armadores “engripados”
De tua rede de dormir, que gritam noite adentro
Atordoando o meu tentar dormir.

Desejo, antes de tudo,
Tocar tua campainha e dizer:
Vem, insone quinem eu,
Dormir aqui comigo:
Minha rede não “grimpa”...
Quero sonhar os sonhos teus.