by Robério Matos
Hoje é dia três de Outubro
e assim,
ainda não te conheci
embora te veja a toda hora
a desfilar na passarela
da minha conturbada vida,
altiva, soberba e autoconfiante.
Sei o teu nome; o que fazes;
só não sei quem és tu.
Instalo em ti um adware
para captar o “teu perfil”;
tuas nuances pessoais
e as passar para mim.
Hoje é dia três de Outubro
e assim,
há dias venho “monitorando”
os teus passos
tentando saber mais acerca
de quem vem tirando-me a “paz”.
De esse fantástico ser
que se imiscuiu na minha vida,
indelével e perturbadoramente.
Encanta-me ver tua silhueta
irrequieta, saltitante e feliz!
Tuas incursões pelas estrelas,
a lua e em todos os organismos
estelares; em todo o Cosmo, enfim.
Tento, sem perceberes, imitar
tuas leves e graciosas passagens
de lua-em-lua; de estrela-em-estrela.
Para isso, tomo a tua mão como apoio
pois não tenho essa destreza;
esse handicap com o qual
fostes agraciada e que, familiarizada,
bem o conheces e exercitas.
Hoje é dia três de Outubro
e assim,
vivo em um eterno e irrequieto frenesi;
que se associa a certa impotência
para de ti aproximar-me
e até mesmo te conquistar
ou mesmo te cooptar para meus braços,
d’onde jamais sairias.
A tua distância de mim
chega a anos-luz! Mera utopia minha...
Penso “com meus botões”:
não vai dar: ela é muito para mim,
um João Qualquer...
Além do que o meu portfólio;
a minha performance e biótipo
não se coadunam com o tesouro
que reluz do seu semblante.
Hoje é dia três de Outubro
e amanhã, algo me diz e intui
que terei novas e alentadoras
oportunidades para enamorá-la;
para torná-la minha amante e mulher,
e mais: que minha vida se transformará
uma vez ao seu lado, diuturnamente...
Hoje é dia quatro de Outubro!
Tudo germina, brota e eclode!
E Transforma...
Comigo, mas não com o meu “eu”...
Ontem foi dia três de Outubro,
onde fiquei...