sábado, 23 de abril de 2011

Calendário Atrasado
















by Robério Matos



Hoje é dia três de Outubro
e assim,
ainda não te conheci
embora te veja a toda hora
a desfilar na passarela
da minha conturbada vida,
altiva, soberba e autoconfiante.

Sei o teu nome; o que fazes;
só não sei quem és tu.
Instalo em ti um adware
para captar o “teu perfil”;
tuas nuances pessoais
e as passar para mim.

Hoje é dia três de Outubro
e assim,
há dias venho “monitorando”
os teus passos
tentando saber mais acerca
de quem vem tirando-me a “paz”.
De esse fantástico ser
que se imiscuiu na minha vida,
indelével e perturbadoramente.

Encanta-me ver tua silhueta
irrequieta, saltitante e feliz!
Tuas incursões pelas estrelas,
a lua e em todos  os organismos
estelares; em todo o Cosmo, enfim.

Tento, sem perceberes, imitar
tuas leves e graciosas passagens
de lua-em-lua; de estrela-em-estrela.
Para isso, tomo a tua mão como apoio
pois não tenho essa destreza;
esse handicap com o qual
fostes agraciada e que, familiarizada,
bem o conheces e exercitas.

Hoje é dia três de Outubro
e assim,
vivo em um eterno e irrequieto frenesi;
que se associa a certa impotência
para de ti aproximar-me
e até mesmo te conquistar
ou mesmo te cooptar para meus braços,
d’onde jamais sairias.

A tua distância de mim
chega a anos-luz! Mera utopia minha...
Penso “com meus botões”:
não vai dar: ela é muito para mim,
um João Qualquer...
Além do que o meu portfólio;
a minha performance e biótipo
não se coadunam com o tesouro
que reluz do seu semblante.

Hoje é dia três de Outubro
e amanhã, algo me diz e intui
que terei novas e alentadoras
oportunidades para enamorá-la;
para torná-la minha amante e mulher,
e mais: que minha vida se transformará
uma vez ao seu lado, diuturnamente...

Hoje é dia quatro de Outubro!
Tudo germina, brota e eclode!
E Transforma...
Comigo, mas não com o meu “eu”...

Ontem foi dia três de Outubro,  
onde fiquei...

Um comentário:

  1. Esse foi o marco em minha vida triste, onde a lua azul a todo momento se dava. Uma tristeza sem fim me era sempre companhia. Eu já nem mais acreditava em amor. Depois disso tudo foi se transformando. As profecias foram se fazendo. Hoje, só falta um passo, para que outra fase se cumpra. A tristeza de não "ser" o azul é quase passada. Já é madrugada de uma nova fase. Uma onde apenas a claridade existirá.

    Amei tua composição. Você é mil!!

    Deah!

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Carpe diem!