sexta-feira, 26 de abril de 2013

BOA NOITE AMOR






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BOA NOITE AMOR



Para não pensar em você
eu me calo.

Silencio e durmo
E sonho com você.

Para não te sentir,
toco as estrelas;
dedilho sobre as noites
e toco todos os instantes
que, mesmo contigo,
não vivi com você.

Boa noite amor.




(Robério Matos)



segunda-feira, 22 de abril de 2013

ESPIAÇÃO








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ESPIAÇÃO


Vejo nimbos.
Ou apenas nuvens negras.
Densas. Arredias.

Sinto espreitas.
Às vezes claras.
Outras cinzentas,
tal noites sem luar.

Olho para o céu.
Fito as estrelas.
Mas não vejo o entardecer.

Muito menos o amanhecer.

Apenas nuvens.
Umas claras.
Maioria escura,
tal o anoitecer.

Nada mais vejo.
Durmo.
Aguardo novo dia,
que não sei se acontecerá.

Espero. Quem sabe...

Afinal, é só meia noite.

Não sei se hoje é ontem
ou se o amanhã voltou...

Não mais vejo nuvens,
nem sol, nem alvorecer.

Hoje, seria agora
ou o amanhã ainda virá?



(Robério Matos)


EM QUALQUER LUGAR








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EM QUALQUER LUGAR



Em todos os cantos há pontos
definidos, ainda que sutis.

Nem todos os pontos contêm cantos
cadenciados, muito menos ritmados,
sejam afônicos ou translúcidos.

Em todos os ritmos, no entanto,
há melodia, seja de noite ou de dia.
De um crepúsculo embaçado
ou de um terno e prazeroso luar.

Em todos os pontos há espaço
e momento para todos os cantos
de qualquer parte ou lugar.




(Robério Matos)


quarta-feira, 17 de abril de 2013

TEMPO PARA A DESPEDIDA




















TEMPO PARA A DESPEDIDA



Há um tempo para tudo.

Para a chegada, o encanto,
a paixão e o calor.

Mas também para a despedida.
Quando somos forçados a dizer:
estou indo, mesmo com tanta dor.

Há um tempo para a revanche,
outro, quando devemos jogar a toalha,
afastarmo-nos e dizer:
nunca mais nos veremos, amor.

Nesse, não sobra mais o que dizer.

“Porque metade de mim é o que grito,
 mas a outra é silêncio”



(Robério Matos)


terça-feira, 16 de abril de 2013

BEM QUE PODERIA



















BEM QUE PODERIA



Eu poderia retirar minhas vestes
Molhar meu rosto
Lavar todo o meu corpo
e inda tornar-me impuro ao teu olhar.
Ante todos os olhos do mundo.

Poderia tentar ser santo, imaculado.
Cavalgar dorsos alados.
Brandir vitória sobre os campos.
Erguer minha espada sobre inimigos;
dizer: vão-se todos os mendigos!
Hoje só quero amigos pungentes, fartos.

Mas isso foi ontem,
antes do hoje amanhecer. Quando morri...

Eu bem que poderia...



(Robério Matos)


BEM-QUERER


















BEM-QUERER



Preciso de um bem-querer.

De alguém que não me julgue.

Que seja pessoa singular.

De algo diferente de mim.

Que esteja além do ser-em-mim.

Que não me condene por ser assim.

Preciso de alguém igual (ou diferente)

a mim. Mas que me aceite como sou.

Assim: diferente, de mim, de você...


Preciso de alguém assim...



(Robério Matos)


LONGE DE VOCÊ


















LONGE DE VOCÊ


  
Quando a manhã não me permitir
adentrar tarde a dentro
e essa não deixar que desembarque na noite,
aí saberei que é hora de partir
de não mais ficar mais aqui,
perto só de mim, longe de você.



(Robério Matos)


CANTANDO OU DANÇANDO AMARIA VOCÊ






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CANTANDO OU DANÇANDO
AMARIA VOCÊ


  
Se soubesse dançar
saberia cantar.

Se não soubesse cantar
e também dançar

eu só namoraria você.

Não cantaria,
mas ouviria você
cantar, dançar, sorrir.

Eu amaria você,
seja dançando, cantando.
Sorrindo, amaria você.



(Robério Matos)


ALGUMAS COISAS SOBRE O AMOR



















ALGUMAS COISAS
SOBRE O AMOR



Ele traz-nos paz.
Alegria e rejuvenesce.

Dá-nos ânimo para continuar.
Lutar, sem mesmo pensar em vencer.

O amor é dádiva divina.
É luz que nos alumia.

Água que rega os jardins.

Faz-nos jovens, inda quando velhos.
Alimenta, quando sentimos fome.

Aquece-nos no frio
e nos refrigera no calor.

Mas, cuidado com o excesso de amor.

Às vezes ele nos poderá
fazer adoecer.

Morrer, até, de muito amor.



(Robério Matos)


domingo, 14 de abril de 2013

NUNCA SEREI TEU







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NUNCA SEREI TEU




Se queres minha vida
tira-a de mim.
Não a te darei a ti, sem esforço.
Sem que a tires do meu corpo,
do cérebro e do meu espírito.

Ela ainda me pertence.
Se realmente a queres
toma de mim minha vida
e a leve para junto de ti.

Mas nunca serei teu.



(Robério Matos)


sábado, 13 de abril de 2013

CAMINHOS







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CAMINHOS




De todas as distâncias que já percorri
a mais curta foi entre mim e você.

A mais longa, talvez ainda esteja por vir.

Que me separará de mim de você.

Por favor, me avisa quando chegarmos lá.



(Robério Matos)




ENTRE MIM E VOCÊ








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ENTRE MIM E VOCÊ



Há todo um universo a concorrer.



Cores que meus cristalinos, não mais genuínos,

não conseguiram divisar.

Tons que minhas retinas não puderam enxergar

e um mundo novo a descobrir e entender...


Entre mim e você não há diferenças

mas apenas disputas, concorrências,

que quisera nunca haver podido existir ou disputar...


Havia muito querer que eu pretendi prevalecer

e todo um amor ao qual você não podia renunciar.


Entre mim e você houve muito mais que isso,

além da paixão e fantasias pueris / telúricas,

existiram compromissos e confidências abafados.


Entre mim e você há um vácuo impreenchível;

um abismo que o divino não quis preencher...



(Robério Matos)


sexta-feira, 12 de abril de 2013

A FLOR QUE HABITAVA EM MIM







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A FLOR QUE HABITAVA EM MIM



Desisti de regar as flores
Todas elas dos jardins.

De todos os canteiros
que já plantei.

Todos os campos que pisei
sobre flores, sobre rosas,
sejam tulipas ou jasmins.

Desisti de ser jardineiro
quando um dia, sem querer,
maltratei a mais bela delas.

A flor que habitava em mim.



(Robério Matos)



FOLHAS QUE CAEM







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FOLHAS QUE CAEM



De galhos finos, frágeis.

Despencam sobre a relva,
rala e quase sem vida.

Entre elas,
metade de uma rosa
outrora vermelha.

Hoje pálida,
quase sem cor.

Amontoam-se pelas trilhas,
caminhos, ruelas
e rios, secos.

Folhas que caem,
bem antes da primavera.

Uma delas é você
e cai sobre mim.



(Robério Matos)


quarta-feira, 10 de abril de 2013

TUDO OU NADA






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TUDO OU NADA



Se queres só um pouco
que há em mim,
desista!

Tudo ou nada!

Não está aberta
a venda em varejo.

(ainda...)



(Robério Matos)




VENENO










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VENENO



Num dia, a dor.

Noutro, a felicidade.

Em um instante, a vida.
Depois. (o que vem depois?)

Pensei, certa vez, ao optar
entre o remédio e o veneno.

Escolhi o remédio.

Antes houvesse bebido o veneno...

Depois...

Não houve esse tempo.

O remédio estava vencido...


(Robério Matos)


terça-feira, 9 de abril de 2013

VOCÊ ME FAZ FALTA







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VOCÊ ME FAZ FALTA




Não. Você não me faz falta.
Tudo me falta sem você.

O olhar atravessado, enviesado.

O cheiro, o odor de você perto.

Aquele jeito que só existe em você.

O sorriso que brota, mesmo da dor.

Um bom dia ou boa tarde
inda que nem surgiu o dia,
nem a tarde ou a noite.

O último beijo que não recebi.

A lágrima que não recolhi
naquele dia quando parti.

Você me faz tanta falta, amor.



(Robério Matos)


FORA DO AR








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FORA DO AR




Fora do ar

Da estação

Do dizer

Querer, sonhar.

Longe de si.

De partir

Ou de chegar.

De amar.

Simplesmente

De tudo que há.

Fechado e

Fora do ar.



(Robério Matos)


AMOR ENVELHECIDO
















AMOR ENVELHECIDO




Quando o amor envelhece
sem mesmo florescer.

E ele não aparece antes do anoitecer.

Quando o amor está velho
ele nem mostra a cara.

Vira, se enrubesce, mas não se mostra.
Lava a cara, outrora envergonhada.
Triste de morrer.

Quando ele faz isso,
sai de perto! Finge que não viu.

Diz: o amor é amanhã.

Não se vá, ainda.

Te espero lá.

Amanhã. Antes dele chegar...



(Robério Matos)


ALGO DIFERENTE







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ALGO DIFERENTE



Eu queria escrever algo diferente.

Que mesmo belo, não fosse triste.

Ainda que triste, que fosse sincero.


Que tocasse o coração

de alguns que não têm esperança.

Que mesmo que repetisse
o que já disseram alguns,
que fosse diferente do sentir de todos.


Que não fosse demasiadamente sério,

muito menos mentiroso.

Mas refletisse o sentir do coração

e não dizer, menos ainda fazer

tão só os ditames da paixão.


Queria mesmo dizer algo diferente...



(Robério Matos)


segunda-feira, 8 de abril de 2013

EU E VOCÊ








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EU E VOCÊ



Você sabe que sei
que não sei de nada.

Sei pouco de mim.

Tudo sobre você.

Por exemplo,
sei que você fui eu
algum tempo atrás,
quando só eu existia.

Quando nascia
vi você morrer.

Eu e você.

- Você ainda está ai?



(Robério Matos)





quarta-feira, 3 de abril de 2013

A VIDA SEM VOCÊ







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A VIDA SEM VOCÊ



Na vida
Não vejo mais sentido algum.
Ela se foi. Esvaziou-se.

Não tem mais graça alguma.
Sem mim, sem você.

Na vida
Não vejo mais graça
Nem sentido.

Não há choro
Nem sorriso.

A vida sem você
E sem eu
Não é coisa alguma.

Apenas uma vida
Sem mim, sem você.



(Robério Matos)



AMAR É FODA!







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AMAR É FODA!



Amar é tão emblemático
como qualquer outro símbolo.

Não deveria ser, mas...

É oferecer-se sem doar-se.
Ter muito, conquistando pouco.

Sentir dor, ao lado do prazer.

Amar é mais sofrer que gozar.

É ir fundo no lodo dos prazeres.

Afundar-se numa poça de desejos.

Afogar-se no raso do sentir.

Desejar, ansiar, querer. Mentir...

Amar é foda!



(Robério Matos)