domingo, 27 de fevereiro de 2011

DORES DA ALMA

clique no link abaixo (NÃO na imagem)






TEXTO:                      Paulo Roberto Gaefke
 
FORMATAÇÃO:          IRB

A Arca

















A Arca


by Robério Matos


Construa uma arca.
Dá Aliança?
Não! Dá desesperança:
Que não veleje
Não flutue
Nem zarpe.

Que só comporte
Poucos pares.
Nenhum ímpar.
Somente pares.
Um,
Dois?
Pouco mais que isso...

Dois pares de pobres.
Não!
Melhor um ímpar!
Ímpar, não pode,
Já foi dito!
Um, de ricos. Pode?
Sim.
Melhor que dois de pobres.
Nenhum, sequer:
A arca afunda!

Não tem seguro?
Tem, mas tá atrasado.
Então, não tem...
Tem!
Mas tá vencido.
É mesmo que não ter!

Melhor que sem seguro.
Vencido, é só atualizar.
Acrescentam-se os juros,
Paga-se e pronto!
Mas... A Seguradora...
Que tem?
Faliu!

Construa. Eu garanto!
Mas... Senhor?
Construa a arca, Noé!
Afinal, eu sou o Senhor.

ORGASMO TRIFÁSICO!


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Resenha do Livro ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

COMENTÁRIO de Robério Matos:
Mais um bom e intrigante romance de José Saramago (autor de CAIM), sobre o qual já se produziu até uma película cinematográfica, a qual também tive o privilégio de assistir. O livro se nos apresenta um enredo audacioso e inovador, ao qual "gruda" o interesse e atenção do leitor, malgrado o estllo de escrita não convencional (para nós brasileiros) e característico de José Saramago: quase sem uso da pontuação e com extensos parágrafos, além de não utilizar a letra maiúscula para nomes próprios.

imagem Google
Ensaio Sobre a Cegueira
José Saramago


 
A palavra "ensaio" nos engana um pouco, mas pelo autor, espera-se logo que o título Ensaio Sobre a Cegueira não represente somente um escrito sobre a cegueira em si, o que é logo comprovado nos dois primeiros parágrafos que nos põem diante de uma narrativa envolvente e provocante, digna de José Saramago. 

Tudo começa com a cegueira repentina de um homem ao estar parado no sinal vermelho. A luz verde acende, o carro continua parado e o buzinaço atrás dele anuncia o pandemônio que estar por vir. O homem apavorado, dentro do carro,começa a gritar que está cego e ninguém entende o que está acontecendo. Como assim, cego?. Sua cegueira é branca, um "mar de leite" é como ele a descreve.
 
Congestionamento, xingamento, curiosidade e pena foram somente algumas das reações à inexplicavel cegueira daquele indivíduo. Neste ponto, Saramago apresenta o que a gente vai percebendo aos poucos e confirma no final do livro: as reações do ser humano às necessidades, à incapacidade, à impotência, ao desprezo e ao abandono.

O cego no semáforo é ajudado por outro homem, que o leva em casa e rouba-lhe o carro. Mas o ladrão não tem tempo para usufruir da nova aquisição, porque a cegueira também o atinge. O médico que atende o cego, também cega, assim como cegam todos os seus pacientes presentes na sala de estar no momento em que o primeiro cego chega.
 
E uma cadeia sucessiva de cegueira vai se formando. Uma cegueira diferente, uma "treva branca". O governo não demora a perceber que se trata de uma epidemia e toma providências, porém, sendo formado por seres humanos, logo extingue.

O mundo dos cegos está criado e também a luta pela sobrevivência. Alguns cegos, inicialmente isolados pela doença, conseguem se organizar, e assim, o poder, a obediência, a ganância, o carinho, o desejo, a vergonha e outras características do ser humano vão se destacando. 
 
O sentimento, a ação e a atitude de cada indivíduo passam a ser suas identidades, pois os personagens não têm nomes. Este mundo não distingue os animais, pois os racionais passam a se guiarem mais pelo instinto. O mundo tende a extinção. Felizmente, tão de repente como veio, a cegueira se vai, restando a contemplação.
(Resumo de Etna Pereira) 



sábado, 26 de fevereiro de 2011

Olhe Para Este Dia








imagem Google










Olhe para este dia, pois é a vida;


todas as realidades e verdades da existência.

A felicidade do crescimento,

o esplendor da ação,

a glória do poder.

Porque ontem já passou e o amanhã é só uma visão.

Porém, o hoje, bem vivido,

torna todo o ontem uma alegria,

e todo o amanhã uma visão de esperança.

Olhe bem, portanto, para este dia...



(Provérbio Sânscrito)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ensaios de Amor - Agora COM SOM


áudio normalizado

TEXTO:                   @Robério Matos

FORMATAÇÃO:       @DeahCristina



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O gênero das palavras


Por Thaís Nicoleti



Em português, os nomes são masculinos ou femininos – não existe o chamado “gênero neutro”, salvo em algumas reminiscências latinas, como os pronomes isto, isso e aquilo, por exemplo, que, para efeito de concordância, são considerados masculinos. Na verdade, o gênero masculino em português também expressa a ideia de neutralidade.

É fato, porém, que há palavras que nos desafiam quanto ao gênero. É esse o caso de “mascote”, palavra feminina, ou mesmo de “champanhe”, esta masculina.

Muito bem. No fragmento abaixo, o redator fez confusão:

“O dr. Linh Vi, o patologista do Cheboygan Memorial Hospital que diagnosticou o CDIS em Long, não era certificado e disse que lê cerca de 50 biópsias de mama por ano, bem menos que a experiência que importantes patologistas dizem ser necessária para lidar com os nuances dos casos difíceis de câncer de mama.”

A palavra “nuance” (“matiz” em francês) é feminina já na sua origem e assim permanece no português. Dizemos, portanto, “as nuances”, com artigo feminino. Palavras francesas de uso corrente no português são “vernissage” (inauguração de uma exposição de arte) e “nécessaire” (estojo para guardar objetos de uso pessoal), ambas masculinas, portanto “o vernissage” e “o nécessaire”. Este último aparece como feminino no dicionário “Aulete”, mimetizando o uso popular. No Volp (“Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”), no entanto, bem como nos demais dicionários, o registro continua sendo masculino.

“Omelete” também é um caso curioso. De origem francesa, a palavra é – ou era – feminina, “a omelete”. O uso no Brasil, porém, tornou hesitante o seu gênero. Hoje o Volp a registra com os dois gêneros, como o faz o dicionário “Houaiss”. “Aulete” e “Aurélio” seguem a tradição e a registram como palavra feminina, “a omelete”.

Outros casos dignos de nota: a cal, a alface, o tsunami, a cobaia, o console, o manete, a musse, o crepe, o matiz, a sanguessuga (no sentido figurado, no “Houaiss”, este aparece como de dois gêneros; no “Aulete” e no “Aurélio”, mesmo no sentido figurado, continua feminino, coisa que também se verifica no Volp, que é oficial).

Enfim, são vários os casos – e os dicionários comprovam certa hesitação nessa matéria. Muitos, entretanto, têm o gênero consolidado, como é o caso de “nuance”, substantivo feminino. Veja abaixo o texto corrigido:

O dr. Linh Vi, o patologista do Cheboygan Memorial Hospital que diagnosticou o CDIS em Long, não era certificado e disse que lê cerca de 50 biópsias de mama por ano, bem menos que a experiência que importantes patologistas dizem ser necessária para lidar com as nuances dos casos difíceis de câncer de mama.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A Anfitriã






imagem Google














A Anfitriã


by Robério Matos


Vi-te assim, num vaso doirado
Fincada em pedrinhas aos montes
Em lugar de água doce da fonte,
A cada mesa jorrando um afago.

Não era uma rosa do prado
Ou um lírio do campo,
Mas flor cujo sangue dissecado
Para não perder o encanto.

És rosa para adornar a vida,
És rosa para velar a morte;
És confidente de gente sofrida;

O amparo do fraco, o braço do forte;
És amiga que sofre, que ama.
Flor que não regada morre! Suzana.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A Caixa de Pandora



















A Caixa de Pandora


Algumas frases e/ou pensamentos:


ü   Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons. - Carlos Drummond de Andrade;

ü   Dupla delícia/ O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado. - Mário Quintana;

ü   O livro é um mestre que fala mas que não responde. – Platão;

ü   Um livro é como uma janela. Quem não o lê, é como alguém que ficou distante da janela e só pode ver uma pequena parte da paisagem. - Kahlil Gibran;

ü   Um livro deve ser o machado que quebra o mar gelado em nós. - Franz Kafka;

ü   A leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde. - André Maurois;

ü   Um livro é a prova de que os homens são capazes de fazer magia. - Carl Sagan;

ü   Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro. - Henry Thoreau;

ü   Ler um livro é para o bom leitor conhecer a pessoa e o modo de pensar de alguém que lhe é estranho. É procurar compreendê-lo e, sempre que possível, fazer dele um amigo. - Hermann Hesse;

ü   Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta. - Chico Xavier;

ü   Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com seu amante. - Clarice Lispector;

ü   Um livro aberto é um cérebro que fala; Fechado, um amigo que espera; Esquecido, uma alma que perdoa; Destruído, um coração que chora. – Voltaire;

Vídeo - Teaser Trailer - A Caixa de Pandora 


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ORAÇÃO DAS MULHERES

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Verbo ''haver'' e suas diferentes construções


 
Por Thaís Nicoleti
 

Haverão mudanças, mas creio que serão pequenas.”

O verbo “haver”, no sentido de “ocorrer” ou “existir”, é impessoal. Isso quer dizer que permanece na terceira pessoa do singular, pois não tem sujeito.

A confusão é frequente não só na hora de escrever mas também na hora de falar. Muita gente faz a flexão do verbo, como se seu objeto direto fosse seu sujeito. É possível que a origem do erro esteja na analogia com os verbos “existir” e “ocorrer”. Estes têm sujeito – e, portanto, as flexões de número e pessoa – e costumam antepor-se a ele. Assim:

Ocorrerão mudanças.
Existirão mudanças.

Com o verbo “haver”, a história é outra:

Haverá mudanças.

É importante observar que os verbos auxiliares assumem o comportamento dos verbos principais. Assim, temos o seguinte:

Deverão ocorrer mudanças.
Deverão existir mudanças.
Deverá haver mudanças.

Não se pode, no entanto, dizer que o verbo “haver” nunca vai para o plural, pois isso não é verdade. Ele pode, por exemplo, ser um verbo auxiliar (sinônimo de “ter” nos tempos compostos), situação em que pode ir para o plural. Assim:

Eles haviam chegado cedo.
Eles tinham chegado cedo.

Como verbo pessoal (com sujeito), pode assumir o sentido de “obter”:

Houveram do juiz a comutação da pena.

Como sinônimo de “considerar”, também tem sujeito:

Nós o havemos por honesto.

O mesmo comportamento se observa quando empregado na acepção de “comportar-se”:

Eles se houveram com elegância diante das críticas.

O plural também pode aparecer quando usado com o sentido de “lidar”. Assim:

Os alunos houveram-se muito bem nos exames.

Fique claro, portanto, que é no sentido de “existir” e de “ocorrer”, bem como na indicação de tempo decorrido (Há dois anos...), que o verbo “haver” permanece invariável. Assim:

Haverá mudanças, mas creio que serão pequenas.

Sou o Vento. Sou a Luz





















Sou o Vento. Sou a Luz



by Robério Matos



Eu viajo pelos mares
caminho sobre as ondas
vôo sobre as nuvens
corro ao largo dos córregos
nado nas correntezas dos rios
penetro nas florestas virgens
empurro embarcações
sou veloz como o leopardo.
Eu sou o vento!

Sou mais ágil que o som.
De passagem pela madrugada,
abro os olhos do alvorecer.
Sou filha do sol
e sobre a terra reflito
seus raios esbraseados.
Sou nada e também sou tudo:
nada, quando enclausurada
ou asfixiada num casulo.
Tudo, quando acesa
uma singela centelha.
Não conheço a treva
porém, e ironicamente,
dela dependo para viver...
Eu sou a luz!