domingo, 12 de agosto de 2012

PAI (in memoriam)







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PAI (in memoriam)


 by Robério Matos

 

Pai, perdoa-me por molestar a tua paz.

Por permitir-me quebrantar a serenidade

que tu não experienciaste
enquanto o teu espírito emprestava um corpo
impuro e vulnerável como o meu.

Não te estorvaria pai, se dantes não houveste
imiscuído em meus nebulosos sonhos,
insistindo em murmúrios que transcendem
a minha vil percepção.

Ah!  Pai...

Frustra-me contentar-me em solilóquios
ou no apelo a imaginações que remontam
a vagas e sombrias reminiscências...
Custa-me perscrutar o passado
e identificar apenas parcos momentos
de júbilo em nossas relações.

Propicia-me, pai, então, um refrigério
para o meu tormento; reflui do teu deleite
e abranda a minh’alma que, agora,
não pode ascender-te.


















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