imagem Google
PAI (in memoriam)
by Robério Matos
Pai, perdoa-me por molestar a tua paz.
Por
permitir-me quebrantar a serenidade
que
tu não experienciaste
enquanto
o teu espírito emprestava um corpo
impuro
e vulnerável como o meu.
Não te estorvaria pai, se dantes não
houveste
imiscuído
em meus nebulosos sonhos,
insistindo em murmúrios que transcendem
a minha vil percepção.
Ah! Pai...
Frustra-me
contentar-me em solilóquios
ou
no apelo a imaginações que remontam
a
vagas e sombrias reminiscências...
Custa-me
perscrutar o passado
e
identificar apenas parcos momentos
de
júbilo em nossas relações.
Propicia-me,
pai, então, um refrigério
para
o meu tormento; reflui do teu deleite
e
abranda a minh’alma que, agora,
não
pode ascender-te.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito obrigado! Seu gentil comentário nos estimula a seguir adiante.
Carpe diem!