quarta-feira, 22 de agosto de 2012

MISTURAS...






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MISTURAS...

“Você às vezes considera
saudade, sofrimento, dor?
Falta, soluço, desamor,
declive, fim, sombra severa?

Que às vezes a saudade é fera
e seu hálito mau odor?
N’outras, que a saudade é flor
que só nos charcos prolifera?

É vida que não passa, mera
desilusão, puro estertor?
Estéril lavra onde prospera
nem sentimento, nem amor?

Você às vezes considera
que a vida passa pela dor?
Que, mesmo após o desamor,
o amor fará menos severa

a feia face desta fera que
chamamos vida? (que odor
exala o charco, se a flor
mesmo nos charcos prolifera?).

Às vezes a saudade é mera
desilusão, cujo rumor enfim
diz-nos que o que prospera
é sentimento – sendo amor?

Você também considera
a vida e seu Semeador?
Você às vezes pondera
o ser e o ter a mesma cor?

Se considera, e se não for
para seus olhos só quimera
mudar a dor que desespera,
isto é a Vida. E o mais, humor.

E o mais é tudo que não era:
tecido que se regenera,
encontro, desencontro, espera
arfar, achar, amar... Amor.”


___________Robério Matos


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