sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O BEIJO (2)


















O BEIJO


Então me comprazo com as coisas pequenas
porque as grandes de certo não foram moldadas para mim

E se fossem eu não as notaria dada a minha pequenez

Afinal, o beijo na ponta dos pés é mais avassalador
instigante, compelido, apaixonado e fugaz

que um beijo na ponta da língua...

O prazer daquele nunca cessa...



(Robério Matos)


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

UM NOVO CANTO




















UM NOVO CANTO


De paz e fraternidade
também de intensa alegria
todos deveríamos cantar
como assim cantam os pássaros
mesmo sem precisarem voar.

Sem tristeza ou nostalgia
cantam com harmonia
só por amarem cantar.

E o amor e a magia
são as notas de sua melodia
que os fazem felizes ao cantar
celebrando o raiar do novo dia.



(Robério Matos)


QUASE TE SUFOQUEI DE AMOR


















QUASE TE SUFOQUEI DE AMOR


Durante o dia
eu respirava
e me alimentava de ti.

Dentro do apartamento
a toda hora tropeçava
e esbarrava no teu corpo.

Ouvia tua voz a procurar-me
e a clamar por mim
tuas mãos sobre meus ombros
e teus braços envoltos
no meu pescoço.

Abraçava-te sentada no meu colo
e cingia tua cintura macia
enquanto as mãos teimavam
em seguir por outros caminhos...

Escrevi-te poesias e cartas d’amor
Fiz-te versos em guardanapos
e até sem o saber cantava para ti.

Tal uma prece
antes de dormir
falava-te baixinho e te via
em um breve e delicioso sorrir,
até que exausta e carinhosamente
te desvencilhavas dos meus braços
e para o meu lado da cama
gentilmente mandavas-me ir.

Pela manhã, ao acordar
tudo lembrava, mas como em sonhos
e era quando eu te machucava
ao abraçar-te forte para ter a certeza
que ainda estavas comigo, aqui.



(Robério Matos)



segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

FALAR POR FALAR















FALAR POR FALAR


Não sei dizer o que não posso confirmar
não posso falar pelo meu coração
se ele insiste no seu silêncio, na sua mudez
e nada tem para me dizer ou comentar.

Falo o que sinto e ora não há sentimento
digno de se expressar. Simplesmente não há
fato novo e que justifique se querer contar.

Poderia falar do passado ou especular o futuro.
dizer da saudade que minh’alma se lamenta
ou da melancolia pela qual ora padeço e choro.
Porém o passado já passou e o futuro nem sei se virá.
Então resta o presente sobre o qual não sei falar...

(Robério Matos)