sexta-feira, 30 de agosto de 2013

SETE MINUTOS




















SETE MINUTOS



Sete minutos transcorrem
sutilmente. Ingênuos...

Dois corpos nus
a perscrutarem-se em devaneios,
à toa, tácteis.
Insanos, ávidos,
murmuram-se se buscam e
tocam-se.

Dedos em luvas macias,
aveludadas.
Vestes talares despidas,
órfãs, ao lado.

Suspiros, súplicas, seduções...
Fundo musical erótico
dita os passos,
tal ritos de tangos
sensuais, afrodisíacos.

Cinco minutos...
Arrepios,
lábios trêmulos, em êxtase...
Olhos nos olhos
sôfregos, cúmplices...
Respirações ofegantes,
entrecortadas
afônicas, secas, descompassadas.

Corações palpitantes,
em frenesi, acelerados.
Peito no peito,
ombro nos ombro,
boca na boca.
Unos.

Último instante.
Entregam-se e se fundem.
Completam-se e...
Eclodem!
E atingem o ápice do prazer.



(Robério Matos)


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