domingo, 4 de setembro de 2011

CASAMENTO





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Chegamos e dissemos



by Robério Matos



Tudo bem. Estamos casados.
O padre. O cartório. Tudo certo!
O amor?
Fica pra depois, amor.
O mais importante já foi feito.
Agora...
Agora é só desfrutarmos disso:
Do amor. Aliás, do casamento.

Eu te amo.
O resto...
Fica pra depois, amor...

sábado, 3 de setembro de 2011

QUERO SONHAR OS SONHOS TEUS





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QUERO SONHAR OS SONHOS TEUS
(isso é real)



by Robério Matos



Não quero mais sonhar meus sonhos
Lúgubres, aterradores e que maltratam
Meu alvorecer – quando há...

Quero dormir os sonhos teus
Senti-los a cada fantasia
Que os meus não podem alcançar.

Quero sonhar um entardecer
Precedido de um amanhecer existível
Que vislumbre um porvir
Bem perto do possível, real.

Não quero mais ouvir os armadores “engripados”
De tua rede de dormir, que gritam noite adentro
Atordoando o meu tentar dormir.

Desejo, antes de tudo,
Tocar tua campainha e dizer:
Vem, insone quinem eu,
Dormir aqui comigo:
Minha rede não “grimpa”...
Quero sonhar os sonhos teus.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

EU E MEUS MOMENTOS






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by Robério Matos



Todos os dias mudam
Os meus sentimentos acerca do amor.
A cada hora enxergo mais
A cada minuto vejo menos.

Porque as horas têm muitos minutos
E esses são indefesos, impotentes...

Daí prefiro os meses
Aos dias
Às horas
Aos minutos
Aos segundos.

Então opto pelos momentos
Que são, às vezes, menos que os segundos
E mais que horas perdidas...

AMAR





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by Robério Matos



Amar é sofrer
Incrível, mas é padecer
Das trocas mal trocadas
Do que se dar sem receber.

Amar, é, então, odiar
Odiar o que se queria amar
Amar menos o que se queria tanto
Sofrer tanto por tão pouco
Amar, então, é muito
e ao mesmo tempo tão pouco
que sequer valeria a pena amar.
Amar, por apenas amar...







sexta-feira, 12 de agosto de 2011

PAI (in memoriam)





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by Robério Matos

 

 

 

Pai, perdoa-me por molestar a tua paz. 

 

Por permitir-me quebrantar a serenidade

Que tu não experienciaste
Enquanto o teu espírito emprestava um corpo Impuro e vulnerável como o meu.

Não te estorvaria pai, se dantes não houveste
Imiscuído em meus nebulosos sonhos,
Insistindo em murmúrios que transcendem
A minha vil percepção.

Ah!  Pai...

Frustra-me contentar-me em solilóquios
Ou no apelo a imaginações que remontam
A vagas e sombrias reminiscências...
Custa-me perscrutar o passado
E identificar apenas parcos momentos
De júbilo em nossas relações.

Propicia-me, pai, então, um refrigério
Para o meu tormento e reflui do teu deleite
Para abrandar a minh’alma que, agora,
Não pode ascender-te.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

PERSPECTIVAS



















by Robério Matos



Nada, é o que tenho de sobra
Só nada e nada mais...
Tu também me tens.
Dois têm-tudo e que nada têm.
Somos assim, eu e tu.

Eu, porque só tenho a mim
Tu, porque nem a mim tens.
Eu e tu, juntos, não somos ninguém
Eu ainda poderei ser alguém
Se tu me quiseres um dia
Tu, não tens perspectivas
Porque eu jamais seria ideal para ti.

Nada mais nos resta além disso
Dessas sombrias perspectivas...