by Robério Matos
A paixão é calculista, material e ilusória. Tal o efeito das drogas, embora às vezes eficiente nem sempre chega a ser eficaz e tem apenas “meia-vida”, sendo parcial ou totalmente removida do seio dos amantes por um processo “químico”, cuja ação farmacológica oscila ao sabor das mutações físicas e de novas necessidades e interesses dos indivíduos partícipes.
Ao contrário do que pensam inúmeros eruditos e filósofos de plantão, essa fórmula necessariamente não precisa interagir com outros "componentes” (como o amor, por exemplo) para sobreviver e/ou eternizar-se, pois independe de outros fatores e estímulos periféricos.
O amor, por sua vez, transcende a esfera da “coisa” tridimensional e alinha-se com o cosmo. É a essência do universo, alimentando-se da cumplicidade, aprendizado e trocas, na verdadeira e edificante parceria e “rapport” (ainda que inexista relação sexual) entre seres que se identificam, se afinam e se completam fruto da convivência salutar e harmoniosa cultivada ao longo de suas existências.
Amor, “é você acompanhar o outro de forma que ele sinta que você o está enxergando, percebendo”. É relacionar-se com o outro da mesma forma com a qual ele se relaciona com o resto do mundo. Ver o mundo pelos olhos dele.
Paixão é essencialmente humano. Amor é divino.
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