quinta-feira, 26 de abril de 2012

NOVA VISÃO DE MIM



















by Robério Matos


Eu havia morrido
em um lugar muito longe
de mim.
Agora, ao ressuscitar,
busco-me redescobrir;
retirar o meu véu...

Era uma vida oculta,
não percebida,
em um tempo qualquer.
E eu me esvaía.
Estava escuro, chovia.
Havia musgos e limos
e a brisa açoitava fria
por caminhos incertos.

Como no pó volúvel
de uma ampulheta agonizante
meu espírito fluía,
enquanto no esquife,
ainda quente,
deitavam em meu corpo
uma concha d'água fria...

Eu não morri
e hoje sei quem sou.
Foi um sonho.
Eu costumo sonhar assim:
morrendo, vivendo, morrendo,
ressuscitando,
e morrendo novamente...
(até acordar)

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