MERA CRIATURA DE DEUS
Alvorada de um quase epílogo
primaveril
onde
vibram acordes musicais, em algazarras
dos
sons agudos
e intermitentes das cigarras
desencantadas
pelo sol, em céu azul como o anil.
Na
contracena, grilam mil guinés!
Em concerto
sincronizado e contagiante
marchando
cadenciados e suavemente, adiante
a
perfilarem-se no aguardar sobras
de canapés.
Permitam-me,
ó cigarras e guinés!
Que a vós junte eu os meus passos
que
a cada vossa
pegada sigam os meus
pés.
Que o meu gritar seja eterno como os seus
e
em lugar
da retidão circular como o compasso,
e
mais que
filho ser mera
“criatura” de Deus.
(Robério Matos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito obrigado! Seu gentil comentário nos estimula a seguir adiante.
Carpe diem!