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VOCÊ
Quando se
pensa que nada mais há
e só sobrou
o tédio e o ONTEM
que insistia
em não passar;
que a vida
se abaixou tal as marés
e nossa
embarcação está à deriva
e não mais a
comandamos, da proa
mas tão só
avistamos brumas, do convés.
Quando se
sente calafrios ao invés
do calor de
beijos e ternuras teus
e o frio
teima em congelar as entranhas
insuflando-nos
medos e amarguras,
eis que se
avista na linha do horizonte
ondas
magníficas a se rebulirem, gemer
e do seu
parto, nos braços, se vê você,
terna, bela,
viçosa, surgir; nascer...
(Robério Matos)
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