AVE MARIA
Eu não
queria ver essa tristeza
que cai sobre
os santos
que com zelo
carregam um andor;
derramando sobre
a sarça ardente
lágrimas de
fé, mas também de dor.
Queria tudo
deixar sob a penumbra;
mesmo com a
intensa luz da
lâmina que
queima e se funde
sob a flamejante
fogueira das brasas,
mais tarde
apenas o odor de carvões;
da resina
aromática do incenso
outrora um
punhado de cinzas...
Eu queria
ser menos perverso;
mais doce e
menos diverso
que as
coisas que há acima mim.
Que, se pudessem,
só ocorresse
após a
jornada diária,
e antes das
seis horas de cada dia,
nunca depois
da Ave-Maria.
(Robério Matos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito obrigado! Seu gentil comentário nos estimula a seguir adiante.
Carpe diem!