quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

LOUCO







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LOUCO


Louco, não é ser muito doido demais
mas ser normal um pouco de menos.
É ter a demência como irmã. Por escudo.

Não ser calado, fugidio, nem surdo.
É dizer pouco quando se quer falar mais
que o permitido pelas normas convencionais.

Louco, é ser apenas um punhado, minoria
censurada pela multidão de sãos. A maioria.

Caminhar na contramão da obviedade
e gritar no meio do silêncio, sem maldade.
Responder: nada, se perguntam o que faz.
Tudo, se do que seria capaz de fazer.

Louco, é ser um paradigma de si mesmo
sem importar-se com o “correto” ser ou ter.
É vagar por ai sem compromissos, a esmo.

Quiçá amanhã não seja tido como alienado
mas tão só um normal e raro ser humano...


(Robério Matos)


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