INDOLENTE PARA O AMOR
Só me restam os versos mortos,
sem graça,
da página que se amassa
com o peso
d’alma que grassa
além dos
limites desmarcados, amorfos
das folhas
soltas, tolas, desordenadas
esvoaças com
os ventos das janelas
encardidas
com o tempo, amarelas
que sequer tive
ânimo de numerá-las.
Nem gosto
tenho de vê-las, de tão rotas;
vontade só
de dissecá-las, em conta-gotas
para que não
se esparjam sobre a mesa.
Essa,
inocente, ingênua e descomprometida
envolver-se
não quer com coisa malquerida
sôfrega de
amor. Inerte quinem uma lesma.
(Robério Matos)
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