INSTANTES ATRÁS
Agora que se
estar só
onde há
muito
rezei a
Ave-Maria
de pura
calmaria
quando ora a
nostalgia
maltrata,
machuca
de fazer e
causar dó.
O filho e
amigo se foi
e tudo ficou
pra depois
os
bate-papos e piadas
as ruidosas
gargalhadas
as histórias
passadas
que dizíamos
na calçada
no caminho
da praia
no comércio
agitado
nos
burburinhos da rua
quando quase
éramos
pelos carros
atropelados.
Ríamos do
passado cru
quando dele
exigia muito
que deixasse
a molecagem
que botasse
o carro na garagem
enfim, que o
mais breve
deixasse de
ser mero angu
e se
tornasse adulto, gente
que a vida
era coisa séria,
que fosse
como seu pai
e não
dissesse um ai
por causa de
simples espinho
encravado na
sola dos pés.
Que dor não
era aquilo
que muito
ainda havia pra doer
quando
começasse a crescer
e deixasse
de ser um esquilo
pois não
podíamos só viver
pulando de
galho em galho
e que um dia
iria conhecer
uma mulher
como companheira
que poderia
ser vivaz, alegre
ou muda como
um canário
na fase de
troca das penas
não um simples
espantalho.
(Robério Matos)
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