TANIA AIRES, A LUA E A VARANDA
É noite. Já é tarde e a lua, cheia
parece
desfilar, majestosa
refletindo
para a terra a luz do sol
ladeada por
milhares de estrelas
cintilantes
tal um desfile cósmico.
Deixo-te na
varanda do quarto a
admirar essa
passarela de astros
como a expor
a mais recente coleção
de
constelações esfuziantes e belas.
Visto meu
pijama, deito-me na cama
a esperar
que o caprichoso sono
mostre a sua
cara e me faça adormecer.
Não demora e
ouço tuas passadas
suaves como
a flutuarem sobre o tapete.
Sinto a
doçura e suavidade do teu perfume
que me fazem
embriagar de súbita paixão.
Da varanda
sinto uma corrente de ar
a adentrar a
nossa alcova, refrigerando-a.
Percebo,
então, que a cama se afunda
na lateral
sob a pressão do teu joelho nu,
de mansinho,
temendo acordar-me.
De repente,
já estás sob meus lençóis.
Teu corpo nu,
morno, macio e hesitante
se aproxima
e funde-se ao meu e agora
somos apenas
um, tu sobre mim, ora
eu sobre tu
a escorregarmos sobre nós
a
deslizarmo-nos como em um tobogã.
Encostas
teus lábios em meu ouvido
a
sussurrar-me palavras impudicas,
sem pudor enquanto
meu falo,
apaixonado e
balbuciante busca teu regaço,
ora úmido e
mendicante.
E fazemos o
mais insano e alucinado amor!
(Robério Matos)
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