sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

TANIA AIRES, A LUA E A VARANDA





















TANIA AIRES, A LUA E A VARANDA


É noite. Já é tarde e a lua, cheia
parece desfilar, majestosa
refletindo para a terra a luz do sol
ladeada por milhares de estrelas
cintilantes tal um desfile cósmico.

Deixo-te na varanda do quarto a
admirar essa passarela de astros
como a expor a mais recente coleção
de constelações esfuziantes e belas.

Visto meu pijama, deito-me na cama
a esperar que o caprichoso sono
mostre a sua cara e me faça adormecer.

Não demora e ouço tuas passadas
suaves como a flutuarem sobre o tapete.
Sinto a doçura e suavidade do teu perfume
que me fazem embriagar de súbita paixão.

Da varanda sinto uma corrente de ar
a adentrar a nossa alcova, refrigerando-a.
Percebo, então, que a cama se afunda
na lateral sob a pressão do teu joelho nu,
de mansinho, temendo acordar-me.

De repente, já estás sob meus lençóis.
Teu corpo nu, morno, macio e hesitante
se aproxima e funde-se ao meu e agora
somos apenas um, tu sobre mim, ora
eu sobre tu a escorregarmos sobre nós
a deslizarmo-nos como em um tobogã.

Encostas teus lábios em meu ouvido
a sussurrar-me palavras impudicas,
sem pudor enquanto meu falo,
apaixonado e balbuciante busca teu regaço,
ora úmido e mendicante.

E fazemos o mais insano e alucinado amor!



(Robério Matos)


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