OS SONS DO MEU SILÊNCIO
Somos uno. Gêmeos siameses
indissolúveis
e unidos até além vida
no escuro da
noite, na claridade do sol
sob as
areias do deserto
ou sobre os
picos das montanhas.
Nos cômodos
do meu apartamento
na área de
lazer do prédio onde moro
nos
coletivos no horário de pico,
sobrecarregados
de gente barulhenta
no terminal
de embarque dos aeroportos
ou nas
estações rodoviárias
nos campos
de futebol, mesmo nos gols.
Sou
silencioso como uma folha que cai
como uma
pluma que esvoaça do travesseiro
tal o
pedinte mudo e surdo,
que não sabe
o que pede nem o que
se lhe dão,
mesmo a tudo agradecendo,
em silêncio
para os nossos ouvidos
porém no
mais alto volume de suas preces.
Não tenho
espelhos para não fita-los
e falar
comigo, assim quebrando
o inquebrantável
voto do meu silêncio...
Psiu!
Silêncio, por favor.
(Robério Matos)
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