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Preenche-me!
Mesmo com as tuas
costumeiras pieguices;
quer seja com os teus
bizarros desabafos rabisca-me!
Suja-me com os teus vernáculos
por todos já conhecidos
e de puro mau gosto.
Maltrata-me com as tuas
redundâncias e envergonha-me
com os teus erros grassos,
vilipendiando, ainda,
o teu já sofrido idioma.
Preenche-me!
Pior que os teus desvarios
é subtrair-me o prazer;
é não me romper o hímen,
tingindo de púrpura
toda essa alvura
hipócrita e untada de prazer...
(Robério Matos)
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