sábado, 13 de julho de 2013

PARA O LENÇOL NÃO AMASSAR



















PARA O LENÇOL NÃO AMASSAR



Se eu soubesse e pudesse
escreveria o mais belo dos poemas;
faria esses nimbos clarearem,
as nuvens serem mais preguiçosas,
o vento ser mais lento,
para deixar a lua apontar.

Se o Alto o poder me desse,
deixaria os lençóis revoltos;
não cerraria as cortinas;
nenhum lençol esticaria as quinas
e o travesseiro deixaria descansar.

Se esta noite fosse mais branda,
nem deitaria na cama, para
o lençol não amassar.

Ficaria aqui, à meia-luz, à espera
de o sol nascer, para mais tarde
estes sóis deixar arrefecer e
amanhã, na praia, tudo voltar
a queimar, arrefecer.



(Robério Matos)


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