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RIO RASO
Nasço
de uma cabeceira;
um
pequeno olho d’água,
noutras
vezes, de líquidos
pluviais
ou subterrâneos.
Sou
filho de pedras úmidas,
escuras,
frias, enlameadas,
d’onde
fluo suave, terno;
em
conta gotas. Desavexado.
Não
tenho pressa em chegar
aos
grandes lagos; ao mar.
Igualmente,
não pretendo ser
um
Amazonas, apenas um
singelo
córrego ou ribeirão.
Também
sou estreito, raso.
Curto,
não tenho corredeiras.
Sou
apenas um jovem e frágil
riacho,
que, contudo me basto
para
tantos quanto de mim
precisam
para matar sua sede.
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