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NO OITAVO ANDAR
Todas as
luzes se apagaram.
Os sons
emudeceram
e os
veículos não mais
rolam sobre
o asfalto deserto.
Apenas há um
tênue ruído
da janela da
varanda do quarto.
Do oitavo
andar do edifício.
Um som
confuso, infuso, arredio,
do vento do
leste, que bate
e empurra a
esquadria, acariciando-a,
de soslaio,
suavemente.
Murmúrios,
gemidos e medos
do abstrato;
do que foge a rotina
de uma
madrugada de domingo.
O cobertor é
repuxado, e pernas,
coxas, em
sudorese, se comprimem,
se buscam e
pedem companhia.
Sussurros ao
pé do ouvido,
grunhidos mornos,
enrubescidos e
palpitações
surdas, mudas, entrecortadas,
se buscam e
procuram o calor de corpos
gélidos e
carentes de aconchego.
Muito frio,
arrepios,
e eles têm
medo do afastar-se.
O jeito é aquecer-se,
se grudarem
e acenderem
o pavio da chama
que para
sempre abafará o temor
daquele
ensandecido e apaixonado amor.
(Robério Matos)
Lindo Amor...porém triste
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