quarta-feira, 19 de setembro de 2012

ANOITECER


























ANOITECER



Quando aqui o sol já se fora embora
E o meu céu, entristecido, escurecia.
Quando ora mais nada restava
Além da linha do horizonte
Ainda assim via tua silhueta;
O teu sorriso sempre a me fitar
A censurar a minha melancolia.

Eu gritava por ti, em socorro.
Buscava o restante de ar nos pulmões
E clamava baixinho, o teu nome.
E dizia, como a imaginar que ouvias:
Vem! Vem estar aqui se não morro!
Preciso te ouvir, inda que teus sermões.

Quando aqui o sol já se fora embora
Ai onde estavas via o raiar do dia
Que te cumprimentava com esplendor
Ignorando o meu dia que se ia
A minha minguada e arfada respiração
O meu coração sem palpitações
Inerte e repleto de sofrida dor.

Sumiste do meu ângulo de visão
Foste para um lugar distante de mim
Busquei-te timidamente, em vão.
Procurei-te ao derredor do marco
Que delimitava nosso parco espaço
Pois tênue era o que conhecia de ti.
Olhava em volta de minha sombra,
Aqui, ali, acolá... Não te via.

Quando aqui o sol já se fora embora
Bem ao lado brilhava a tua luz
E só eu, com ela, não me ofuscava
Quiçá porque não soube procurar-te
Porque em lugares distantes te buscava
Quando tão perto estavas. Tão próxima
Que não acreditava que eras tu.

Enfim, para mim o sol sorriu novamente
Despontaram novos alvoreceres e
Saí da escuridão que me emoldurava
E o meu céu, agora enternecido, jubilava.

Quando aqui o sol ora se mostrava lá fora
Foi que, de fato, te vi e nos “achamos”
E passamos a nos conhecer e dividir
O melhor de nós. Eu a ti e tu a mim
Como verdadeiros amantes; a encantadora
Alegria do amor sincero. Do viver.
Nunca se vá de mim. Não quero mais sofrer!



(Robério Matos)



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