PÁSSAROS
FERIDOS
“Existe uma lenda acerca de um pássaro que só canta uma
vez na vida, com mais 
suavidade que qualquer outra criatura sobre a Terra. A
partir do momento em que 
deixa o ninho começa a procurar um espinheiro, e só
descansa quando o encontra. 
Depois, cantando entre os galhos selvagens, empala-se
no acúleo mais agudo e 
mais comprido. E, morrendo, sublima a própria agonia e
solta um canto mais belo 
que o da cotovia e o do rouxinol. Um canto superlativo,
cujo preço é a 
existência. Mas o mundo inteiro deixa-se ficar para
ouvi-lo, e Deus sorri no céu. Pois o 
melhor só se adquire à custa de um grande sofrimento...
Pelo menos é o que diz a 
lenda.”
(Colleen McCullough)
PRECISO DE MIM
Seria como se tivesses várias vidas
mas só pudesse cantar uma única vez...
Surpreendo-me estando no passado;
de repente estou no futuro. 
N’outros instantes não sei onde estou.
E por que escrevo isso?
Também não sei...
De repente é só a solidão...
A p... da solidão. Só isso...
Às vezes acho que preciso de mim...
Necessito conversar comigo;
estar a sós comigo;
ouvir a minha voz interior.
O som do meu coração, e serenar…
(faz tempo que não escuto sua voz.
Que não converso com ele).
Preciso dizer-me, tenha um bom dia Robério
e fique em paz.
Necessito, ainda, de um amigo quieto,
silencioso…
De me passar à limpo.
Esvaziar-me…
Lavar o tacho e voltar a enchê-lo,
desta feita lentamente…
Apagar a escrita do meu “quadro de giz” 
reescrevendo-o em forma de poesia
o que gostaria de ter feito,
não o que fiz...
reescrevendo-o em forma de poesia
o que gostaria de ter feito,
não o que fiz...
“Queria soltar o canto mais belo que o da Cotovia...”
(Robério Matos)

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