ÁGUA-VIVA
Na superfície de tuas claras águas
vejo
folhagens aquáticas, esguias;
preguiçosamente
deixando-se fluir.
No leito do
teu rio, raso d’água,
vejo-me
sorridente e sereno,
até que se
lhe turve a lâmina líquida.
Nas
profundezas do teu mar azul
encontro
criaturas de cor reluzente
querendo
emergir para te amar.
Daqui, perco
o fluxo dessas águas.
Elas escoam
fugidias e evaporam-se
como se de
mim quisessem se afastar,
pra longe do
meu ora perdido olhar...
(Robério Matos)
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