sábado, 24 de novembro de 2012

CONTRA FLUXO





















CONTRA FLUXO
(despedida do Facebook,
em 23/11/2012)



Tal procede aos salmões,
subindo na contramão das correntezas
dos rios na longa e acidentada viagem
em direção às nascentes,
para a desova e perpetuação da espécie,
não teria eu forças e disposição
para nadar contra a fúria das
correntezas dos rios,
subindo nos seus contra fluxos,
em busca das cabeceiras dos rios,
e a procura da reposição do ar
para os meus rarefeitos pulmões;
da renovação de minha natureza primitiva;
da reciclagem de minhas origens;
da purificação do espírito e do reencontro
com minha parte que lá ficou...

Prefiro, por acomodação e medo
(porque não dizer), antes
o conforto da suave e serena descida
no curso natural dos rios, amparado
em um tronco à deriva e sob os influxos
das brisas que rasgam as florestas virgens
para me conduzirem à imensidão do mar azul.
E nesse mar me afogar. Sucumbir...

Entretanto, acontece, não raro, ir adiante
quando de volta já deveria estar...
É como uma viagem de muitas idas e vindas,
sem um porto seguro onde atracar.

Na verdade, não sinto tanto por vocês
quanto, em tudo, lamento por mim...

Assim, seria desarrazoado, sem sentido,
a inconsequência de continuar aqui
(quando para alhures se poderia ir),
sem mais nada para acrescentar, dizer;
nada para contribuir. Só para emudecer.

Amanhã, contudo, será outro dia,
quando tudo poderá ressurgir. Acontecer...

Muito obrigado a todos vocês,
queridos (as) amigos (as).
Até mais ver.


(Robério Matos)




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