quarta-feira, 21 de novembro de 2012

SONAMBULISMO SENSUAL


















SONAMBULISMO SENSUAL



Eram sombras e pelos escusos.
Ou pelos sob as sombras.
Encrespados, e paradoxalmente
soltos. Esvoaçados ante a brisa
que deslizava, apeada pelos recintos
impróprios, proibitivos...

Tua silhueta, à chama do lampião,
escondia essa parte que não divisei.

Dorso arqueado, perambulava
pelos corredores, pelos arredores,

à volta de minha alcova.
Em meia-parede, vi-te deslizar...
Esguia, cautelosa. Silenciosa.
Tal quem vai furtar...

Quem vai despertar um sono
de anseios, de dores de lampejos;
de desejos reprimidos e voluptuosos.

De que não pode mas precisa acordar.
Descer da cama, pé ante pé.
Interceder-te! Tirar o teu desjejum
e alimentar-te com o lenitivo
do prazer madrugado; mal dormido
e intumescido de louco prazer.



(Robério Matos)


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