SONAMBULISMO SENSUAL
Eram sombras
e pelos escusos.
Ou pelos sob
as sombras.
Encrespados,
e paradoxalmente
soltos.
Esvoaçados ante a brisa
que deslizava,
apeada pelos recintos
impróprios,
proibitivos...
Tua
silhueta, à chama do lampião,
escondia
essa parte que não divisei.
Dorso
arqueado, perambulava
pelos
corredores, pelos arredores,
à volta de
minha alcova.
Em
meia-parede, vi-te deslizar...
Esguia,
cautelosa. Silenciosa.
Tal quem vai
furtar...
Quem vai
despertar um sono
de anseios,
de dores de lampejos;
de desejos
reprimidos e voluptuosos.
De que não
pode mas precisa acordar.
Descer da
cama, pé ante pé.
Interceder-te!
Tirar o teu desjejum
e
alimentar-te com o lenitivo
do prazer
madrugado; mal dormido
e intumescido
de louco prazer.
(Robério Matos)
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