quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Convite à Solidariedade


by Robério Matos



Prelúdios do ocaso
Fragmentos do ventre,
Dizei como saciar
A fome do espírito,
Da carne faminta,
Da fúria do vento,
Se viveis a vida
De um mero proscrito?

Em que se assenta
A essência dessa vida,
Se qual a volúpia
Do fogo ardente
De repente se esvai
Num cinzento espiral e
Se o frio ainda insiste
Em tolher vossas entranhas
E a noite, escura,
Teima em perpetuar-se?

Por que persistirdes
Em curar vossa miopia
Se, surdos, não percebeis
Os apelos do amor;
Se, silenciosos, calais
Diante da morte gravada
No sorriso pálido
Que engasta o moribundo?
Deliciai-vos, d'outro modo,

No relaxar da valsa
E do canto dos colibris.
Vede a maestria do vôo
Imponente das águias,
Mas despertai-vos ao som
Dos gritos agudos por justiça
E juntai-vos àqueles que,
Órfãos, vos pedem clemência.

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