quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Eu sou...


by Robério Matos


A madeixa que te embrulha,
Tecendo em ti o meu casulo.
Envolvente,
Acosso-te com o meu abraço
E penetro a tua intimidade,
Invadindo tua mente
E o teu corpo por inteiro.

Subjugo-te com os meus caprichos
E deixo-te inerte e sem espaço,
Seja no meio de um caminho
Ou no fim de uma estrada,
Aí estou! A exigir, a impor.

Aporto de repente,
Sutil, de mansinho,
E sem se quer apresentar-me.

Omito o meu nome,
A minha origem;
O porquê das ralas vestes,
Da minha compulsiva volúpia.

Ávida, impulsiva e misteriosa,
Apresso-me em envolver-te
Com o meu querer
E atormento-te horas a fio,
Seja ao meio dia
Ou à meia noite,
Até quando, em sussurros,
Deixo-te atônito
Com o meu insólito desejo:
Registra e divulga esse momento
E jamais o guarde só pra si
Pois ele poderá te sufocar.
Afinal, não quero calar:
Eu sou A Poesia.

Um comentário:

  1. Olá, Robério,

    Gostei dos seus textos, gosto da linguagem popular utilizada e da delicadeza dos seus poemas.

    Parabéns
    (espiritoingenuo.blogspot.com)

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