quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
A Aurora Fora de Hora
(Hiroshima e Nagasaki)
A aurora que fez
Naquela hora
Não foi como
As outras de tantos
Dias
Que cegam os olhos
Dos homens pela beleza
E nunca pela energia.
A aurora que fez naquela
Hora
Se repetiu só mais um dia.
Foi artefato humano
Que imitou a rosa
Sem beleza nem serventia.
A aurora que fez naquela
Hora
Consumiu vidas – um desatino.
Na brincadeira de imitar Deus,
O homem foi só satânico
E não divino.
A aurora que fez
Naquela hora
Deixou só pó sobre o pó
E uma sentença prenunciada.
Em vez de perfume a radiação,
Pois rosa que é rosa
Nunca é imitada.
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