quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

OLHOS DE POETA






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OLHOS DE POETA


 
O poema não tem parto.
Parte ao meio-dia,
No meio do dia, de vidas ao meio.
Renasce em versos perdidos,
Em perdidos sentimentos não sentidos,
Nos sentidos não visíveis.
Nas alegrias descontentes.
Nos sonhos rompidos por pesadelos.
Nas vidas vividas em solidão.

Sim! O poema não nasce.
É expelido pelo peito do poeta confuso,
Em confusas maneiras, em perdidas horas,
Na sã e vã agonia de rever o passado,
Que nunca vivera e, talvez, nunca viverá.

O poema absorve as dores mais sombrias do poeta,
Os pensamentos mais ambiciosos,
Os amores impossíveis,
As vidas não vividas,
As horas, todas, perdidas em sonhos e agonias,
Em desejos e anseios despertos nas horas vazias,
Nos peitos vazios, nos sentimentos vazios.
Sim! A poesia é exposta em galerias frias,
Como as frias vidas sem vidas,
Em horas recheadas de sofrer, penar e desfazer malas de sonhos,
Sim! Toda poesia nasce sem vida das veias que sangue não circulam,
Dos poetas egocêntricos, narcisista ou melancólicos.

O poema é uma forma de conversa, a qual o poeta
encontrou para conversar consigo mesmo,
E com todos os “consigos mesmos” dos corações humanos.
Toda poesia nasce morta, e vive nos lábios sedutores
De quem os recitam, nos ouvidos atentos de quem os ouvem.
Nos olhos úmidos de quem os lê.
Nos sonhos inocentes das meninas em flor.
Na malícia inocente dos meninos em pétalas da dor.
Nos sorrisos dos amantes, nos corpos e mente das mulheres.
Entre copos de vinhos com os amigos.
O poema nasce e morre milhares de vezes ao correr do dia.
E o poeta carrega em suas entranhas o ponderar e todo peso do mundo.

Em suas frágeis vistas castigadas com que seus olhos desiludos, apaixonados, ou melancólicos teimosamente viciados em enxergar,
Abortam palavras, sentimentos ou a vida.


Autor: Eduardo
Fonte: Blog "O Silêncio das Estrelas"

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