by Robério Matos
Que se dissipe a penumbra
Que por vezes emoldura
O cais noturno de cada aniversariar
E que o mar, com suas brumas,
Banhando os teus pés,
Apague os sulcos que no passado
Refletiam a tua insegurança.
Que do zênite surja hoje
Uma luz de raios cintilantes
Para tua aura fazer brilhar.
Já do firmamento, despontem,
Em vôos rasantes e cadentes,
Brancas e esvoaçantes gaivotas
Conduzindo em suas garras
Pétalas reluzentes que sobre ti
Deixem todas despencar.
Que suaves pegadas
Apareçam ao largo da praia,
Agora indicando o presente
Que te ilumina e guia,
Ou apontando o futuro que te espera.
Ah... silente senhora!
Tu lembras os sussurros de altas madrugadas,
Embora radiantes como a aurora.
Sim. Hoje mais um passarinho
Aninha-se em tua árvore;
Ao teu candelabro juntou-se mais uma vela.
Hoje te tornas mais experiente
E confiante do que ontem
E tuas pegadas já não pesam tanto
Sobre a relva úmida e esfalfada.
O chão em que pisas já não é tão maltratado,
Eis que ora calças as sandálias da leveza
E vestes a túnica do saber.
Hoje, a brisa que respiras é mais pura e saudável;
A água que mata tua sede é doce e cristalina, pois
No túnel do tempo foram ambas decantadas.
Se hoje mais um ano te faz envelhecer;
Se mais um ano não é capaz
De remover o silêncio que sufoca o teu grito;
De minar a quietude que envolve a tua silhueta,
Ou de desencantar o largo riso que
A tua face teima em enternecer,
Ao menos não escondas o calor que te abrasa
Ó eterna Senhora minha.
Magnífico poema meus olhos tiveram a honra de
ResponderExcluircontemplar, e meu coração de sentir.
Tomo pra mim este encanto:
"Que do zênite surja hoje
Uma luz de raios cintilantes
Para tua aura fazer brilhar."
agradecida, abraço.