terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Se eu Pudesse...



















Se eu Pudesse...                            


by Robério Matos


Conduzir o rumo da minha vida
No meu alforje levaria
A todo e qualquer lugar
Uma rosa eterna e querida
E deixaria no meio do caminho
O meu ego revestido de ferida,
As coisas velhas do passado,
As pegadas soltas no cerrado
Cobertas de poeira e espinho.

Se eu tivesse mais amor
Para no meu interior armazenar,
Que desse também para transbordar
E pelos riachos vazios fluir com fervor,
Mataria a sede de quantos
Pelo seu leito seco encontrar.

Se eu pudesse domaria a fera
Que teima em me devorar;
Manteria acesos os candeeiros da humildade;
Aplacaria a paixão
Fruto do orgulho e da impulsividade, 
Abafando-lhe a chama
Que por vezes não quer se apagar.

Ah, Se poder o Alto me desse!

Para compreender os sonhos etéreos,
Aceitar da vida os mistérios
E os sofrimentos que o ser padece
Com a sobra de desilusões
E a falta descabida de encantos.

Para desativar a roda
Que faz esse mundo louco girar;
Calar as vozes que entoam prantos,
Abominar as passarelas da moda,
Dispensar os ministros da nobreza,
Substituindo-os por anjos da pobreza
Para a fome de muitos acabar.

Ah! Se eu pudesse...

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