Se eu Pudesse...                             
by Robério Matos
Conduzir o rumo da minha vida 
No meu alforje levaria
A todo e qualquer lugar 
Uma rosa eterna e querida
E deixaria no meio do caminho 
O meu ego revestido de ferida, 
As coisas velhas do passado, 
As pegadas soltas no cerrado 
Cobertas de poeira e espinho.
Se eu tivesse mais amor 
Para no meu interior armazenar,
Que desse também para transbordar 
E pelos riachos vazios fluir com fervor, 
Mataria a sede de quantos 
Pelo seu leito seco encontrar.
Se eu pudesse domaria a fera 
Que teima em me devorar;
Manteria acesos os candeeiros da humildade;
Aplacaria a paixão 
Fruto do orgulho e da impulsividade,  
Abafando-lhe a chama 
Que por vezes não quer se apagar.
Ah, Se poder o Alto me desse! 
Para compreender os sonhos etéreos, 
Aceitar da vida os mistérios 
E os sofrimentos que o ser padece 
Com a sobra de desilusões
E a falta descabida de encantos.
Para desativar a roda 
Que faz esse mundo louco girar; 
Calar as vozes que entoam prantos,
Abominar as passarelas da moda, 
Dispensar os ministros da nobreza,
Substituindo-os por anjos da pobreza 
Para a fome de muitos acabar.
Ah! Se eu pudesse... 

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